domingo, 6 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
HÁBITOS QUE PREJUDICAM O CÉREBRO (matam neurônios)
1. Não tomar o café da manhã
A pessoa que não toma o café da manhã tem baixo nível de açúcar no sangue. Isto gera uma quantidade insuficiente de nutrientes ao cérebro causando a sua degeneração paulatinamente.
2. Comer demais
Isto causa o endurecimento das artérias do cérebro, causando também baixa capacidade mental.
3. Fumar
Causa a diminuição do tamanho cerebral e promove também a doença de Alzheimer.
4. Consumir altas quantidades de açúcar
O alto consumo de açúcar interrompe a absorção de proteínas e outros nutrientes causando má nutrição e pode interferir no desenvolvimento do cérebro.
5. Contaminação do ar
O cérebro é o maior consumidor de oxigênio do corpo. Inalar ar contaminado diminui a sua oxigenação provocando uma diminuição da eficiência cerebral.
6. Dormir pouco
O dormir permite ao cérebro descansar. A falta de sono por períodos prolongados acelera a perda de células do cérebro.
7. Dormir com a cabeça coberta
Dormir com a cabeça coberta aumenta a concentração de dióxido de carbono e diminui o oxigênio causando efeitos adversos ao nosso cérebro.
8. Fazer o cérebro trabalhar quando estamos doentes
Trabalhar e estudar quando estamos doentes, além da dificuldade do cérebro para responder nesse estado, prejudica-o.
9. Falta de estimulação
Pensar é a melhor maneira de estimular o nosso cérebro e não fazê-lo provoca que o cérebro diminua o seu tamanho e portanto a sua capacidade.
10. Pratique a conversação inteligente
Conversas profundas ou intelectuais promovem a eficiência cerebral
CAUSAS PRINCIPAIS QUE PREJUDICAM O FÍGADO
1. Dormir tarde e despertar tarde
2. Não urinar pela manhã
3. Comer demasiado
4. Saltar o café da manhã
5. Consumir muitos medicamentos
6. Consumir conservantes, colorantes, adoçantes artificiais
7. Consumir óleos de cozinha em alta temperatura. Reduza o mais possível o consumo de alimentos fritos, mesmo os que utilizam azeites benéficos. Não consuma alimentos fritos quando estiver cansado ou doente, a menos que seja muito magro, mas se puder, evite-o.
8. Consumir alimentos de origem animal crus ou demasiado cozidos sobrecarregam o fígado.
Os vegetais devem ser comidos crus ou pouco cozidos. Se consumir vegetais fritos, não guarde para consumo posterior.
Só temos que adotar um estilo de vida mais saudável e melhorar os nossos hábitos alimentares. Manter bons hábitos de alimentação e exercício é muito positivo para que o nosso organismo absorva o que necessita e elimine os químicos no seu "horário".
LEVE MAIS A SÉRIO A SUA SAÚDE...
A pessoa que não toma o café da manhã tem baixo nível de açúcar no sangue. Isto gera uma quantidade insuficiente de nutrientes ao cérebro causando a sua degeneração paulatinamente.
2. Comer demais
Isto causa o endurecimento das artérias do cérebro, causando também baixa capacidade mental.
3. Fumar
Causa a diminuição do tamanho cerebral e promove também a doença de Alzheimer.
4. Consumir altas quantidades de açúcar
O alto consumo de açúcar interrompe a absorção de proteínas e outros nutrientes causando má nutrição e pode interferir no desenvolvimento do cérebro.
5. Contaminação do ar
O cérebro é o maior consumidor de oxigênio do corpo. Inalar ar contaminado diminui a sua oxigenação provocando uma diminuição da eficiência cerebral.
6. Dormir pouco
O dormir permite ao cérebro descansar. A falta de sono por períodos prolongados acelera a perda de células do cérebro.
7. Dormir com a cabeça coberta
Dormir com a cabeça coberta aumenta a concentração de dióxido de carbono e diminui o oxigênio causando efeitos adversos ao nosso cérebro.
8. Fazer o cérebro trabalhar quando estamos doentes
Trabalhar e estudar quando estamos doentes, além da dificuldade do cérebro para responder nesse estado, prejudica-o.
9. Falta de estimulação
Pensar é a melhor maneira de estimular o nosso cérebro e não fazê-lo provoca que o cérebro diminua o seu tamanho e portanto a sua capacidade.
10. Pratique a conversação inteligente
Conversas profundas ou intelectuais promovem a eficiência cerebral
CAUSAS PRINCIPAIS QUE PREJUDICAM O FÍGADO
1. Dormir tarde e despertar tarde
2. Não urinar pela manhã
3. Comer demasiado
4. Saltar o café da manhã
5. Consumir muitos medicamentos
6. Consumir conservantes, colorantes, adoçantes artificiais
7. Consumir óleos de cozinha em alta temperatura. Reduza o mais possível o consumo de alimentos fritos, mesmo os que utilizam azeites benéficos. Não consuma alimentos fritos quando estiver cansado ou doente, a menos que seja muito magro, mas se puder, evite-o.
8. Consumir alimentos de origem animal crus ou demasiado cozidos sobrecarregam o fígado.
Os vegetais devem ser comidos crus ou pouco cozidos. Se consumir vegetais fritos, não guarde para consumo posterior.
Só temos que adotar um estilo de vida mais saudável e melhorar os nossos hábitos alimentares. Manter bons hábitos de alimentação e exercício é muito positivo para que o nosso organismo absorva o que necessita e elimine os químicos no seu "horário".
LEVE MAIS A SÉRIO A SUA SAÚDE...
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
CUIDE DA SUA SAÚDE!
VIVA A VIDA COM LIMITES!
OS ALIMENTOS "TOP-FIVE" CAUSADORES DE CÂNCER:1. Cachorros quentes
Porque têm alto teor em nitratos. A "Cancer Prevention Coalition" adverte que as crianças não devem comer mais de 12 salsichas por mês. Se você não pode viver sem as salsichas, compre as que são feitas SEM nitrato de sódio.
2. Carnes processadas e toucinho
Também contêm altos níveis de nitrato de sódio como as salsichas, assim como também o toucinho e outras carnes processadas aumentam o risco de doenças do coração. A gordura saturada do toucinho também é um grande colaborador na geração de câncer.
3. Donuts
Os donuts são duplamente causadores de câncer. Primeiro porque são elaborados com flúor, açúcar refinado e óleo hidrogenado, depois são FRITOS a altas temperaturas. Os donuts são o primeiro "alimento" de todos os que se pode comer que elevará altamente o risco de gerar câncer.
4. Batatas fritas
Assim como os donuts, as batatas fritas são elaboradas com óleos hidrogenados a altas temperaturas. Também contêm acrylamidas que se geram durante o processo a altas temperaturas. Deveriam chamar-se batatas de câncer em vez de batatas fritas.
5. Biscoitos e bolachas
São geralmente elaboradas com flúor e açúcar. Até as que em suas etiquetas são orgulhosamente apresentadas como livres de gorduras transgênicas geralmente contêm ainda, só que em quantidades menores.
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domingo, 30 de janeiro de 2011
Razões para Dormir e Acordar Cedo
Das 21 às 23:00: É o horário em que o corpo realiza atividades de eliminação, químicos desnecessários e tóxicos (desintoxicação), mediante o sistema linfático do nosso corpo. Neste horário do dia devemos estar num estado de relaxamento, escutando música, por exemplo.
Geralmente a estas horas mamães realizam atividades, tais como, limpar a cozinha, monitorar que tudo esteja pronto para o dia seguinte, etc., atividades que causam falta de relaxamento, o que gera um efeito negativo para a saúde.
Das 23 - 01:00am: o corpo realiza o processo de desintoxicação do fígado, e idealmente deve ser processado num estado de sono profundo.
Durante as primeiras horas da manhã 1:00 - 3:00: processo de desintoxicação da vesícula biliar, idealmente deve suceder também num estado de sono profundo.
Durante as primeiras horas da manhã 1:00 - 3:00: processo de desintoxicação da vesícula biliar, idealmente deve suceder também num estado de sono profundo.
De madrugada 3:00 - 5:00: desintoxicação dos pulmões. É por isso que por vezes neste horário se produzem fortes acessos de tosse. Quando o processo de desintoxicação atinge o trato respiratório, é melhor não tomar medicamentos para a tosse, já que interferem no processo de eliminação de toxinas.
Manhã 5:00 - 7:00: desintoxicação do cólon. É o horário de ir ao banheiro para esvaziar o intestino.
Durante a Manhã de 7:00 - 9:00: absorção de nutrientes no intestino delgado. É o horário perfeito para tomar o café da manhã. Se estiver doente o café da manhã deve ser tomado mais cedo: antes das 6:30 am.
A primeira refeição antes das 7:30am é benéfica para aqueles que querem manter-se em forma.
Os que não têm por hábito alimentar-se logo cedo, devem tentar mudar o hábito, sendo menos prejudicial realizá-lo entre as 9:00 e as 10:00 em vez de ficar a manhã completa sem comer.
Dormir tarde e despertar tarde interromperá o processo de desintoxicação de químicos desnecessários ao seu organismo. Além disso, você deve ter em conta que das 00:00 às 4:00 am é o horário em que a medula óssea está produzindo sangue. Então, procure dormir bem e não deitar tarde.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Meu nome é MULHER!
Eu era a Eva
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção...
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER..!!!!
(O Autor é desconhecido, mas um verdadeiro sábio...)
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção...
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER..!!!!
(O Autor é desconhecido, mas um verdadeiro sábio...)
- Marcadores: auto-estima, competência, mulher
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domingo, 22 de agosto de 2010
CRIADO MUDO (Mário Prata)
Depois de algum tempo fora.
Resolvi retornar com um texto muito interessante. Espero que vocês gostem.
Tudo começou quando resolvi me mudar do décimo para o quarto andar, aqui mesmo, neste edifício da alameda Franca.
Um carrinho de supermercado seria o suficiente.
Queria fazer lá embaixo um lar, já que isso aqui virou um vício. Lá no quarto andar, tem 4 apartamentos.
Eu não conhecia ainda os vizinhos quando o fato se deu.
Passei o dia levando coisas lá para baixo.
Há dois dias faço isso ajudado pela Cristina.
Uma das últimas viagens e lá ia eu com a Cris ao lado, descendo pelo elevador.
Carregávamos o criado-mudo.
O criado-mudo tem uma gavetinha.
Quando a porta se abriu, tinham duas famílias esperando.
Meus vizinhos. Pai, mãe, crianças e até uma avó.
Foi quando eu estendi o braço para me apresentar como o novo vizinho, que tudo aconteceu.
E foi muito rápido. Muito.
Quando eu tirei a mão do movelzinho para cumprimentar aqueles que agora são meus vizinhos, a gavetinha deslizou.
Eu ainda tentei uma gingada com o corpo pra ver se evitava a catástrofe, mas não adiantou. A filha da puta estava indo para o chão, lisa como quiabo. Estava indo para o chão com tudo dentro.
E não existe nada mais indiscreto que uma gavetinha de criado-mudo de um homem que mora sozinho. Ou mesmo que não more.
Ali você vai jogando coisinhas, papéis. Coisas, enfim. Coisas que só têm um destino na vida: a gavetinha do criado-mudo.
Entre a danada escapar do móvel e esparramar tudo pelo chão, não devem ter sido nem dois segundos. Mas estes dois segundos foram sofridos. Neste pedacinho de tempo tentei, em vão, me lembrar do que era que tinha lá dentro e, consequentemente, toda a vizinhança ia ver.
Além da Cristina.
Não deu outra. A gaveta caiu de quina e tudo voou.
E voou tudo de cabeça pra cima, tudo querendo se mostrar.
Ar livre.
Há quanto tempo aquilo tudo não via a luz do dia, já que ficavam debaixo do abajur lilás?
E não ficou tudo amontoadinho, não.
O material se esparramou legal pelo hall. Diante do que vi no primeiro bater de olhos, a idéia foi pular em cima e cobrir tudo com o corpo até todo mundo sumir dali.
Sim, na gavetinha do criado-mudo a gente joga tudo. Pelos meus cálculos, devia ter coisas ali dos últimos cinco anos. Que, é claro, eu não saberia dizer.
Eu não tinha idéia do que é que estava indo para o chão e aos olhos da vizinhança estupefata.
Um pedaço da minha vida estava ali, no chão, sujeito à visitação pública. Uma vergonha.
E o pior é que não dava para pegar tudo de uma vez.
Teve pilha que rolou escada abaixo. Moedinhas rodopiavam sem parar, fazendo aquele barulhinho.
A primeira coisa que a Cristina recolheu foi um par de brincos douradérrimos. Que não eram dela.
E eu não ia explicar ali que eu não tinha a menor ideia de quem fossem. Podia estar ali há cinco, seis anos.
As crianças olharam para três camisinhas e deram-se sorrisos cúmplices. Não foi bem este o olhar da Cris.
Aquele pequeno despertador quebrou o vidro. Estava parado às 10 e 10 do dia 23, sabe-se lá de que mês ou ano.
Três edições velhas da Playboy . Uma da Tiazinha. Constrangimento.
Pra minha sorte, bem ao lado caiu a História da Filosofia, de I. Khlyabich.
E o livro daquela jovem namorada do Sallinger, do Apanhador no Campo de Centeio.
Amenizou um pouco.
E as camisinhas eram de 98, tava escrito lá. Limpou um pouco a barra.
Um pouco. Sim, por outro lado, mostrava que desde 98 que eu... deixa pra lá.
Tinha o menu da minha aula de culinária de março. Naquele dia aprendi a fazer crepe de pancetta e brié.
Tinha procurado tanto o Guia de Acesso Rápido do celular. Tava lá. Agora eu ia aprender a apagar os telefones vencidos da caixa.
Meu Deus, o que é aquilo no pé do garoto? Viagra!
E o filho da puta pegou e mostrou para o pai que me olhou com pena, com dó: tão jovem e...
Tive que dar explicações:
- He he, é o Jair, que é do 103, psicanalista, amostra grátis, aí. Tem dois.
Já ia dar uma explicação da experiência que tinha tido com o que não estava mais ali, mas achei que os pais não iriam ouvir de bom grado, diante das crianças. Viagra é a maior sujeira, posso te garantir.
Acho que não convenci ninguém.
Cris, com os alheios brincos na mão, escondeu o Viagra. Vexame total.
Mas isso era só o começo da minha vida esparramada no chão de mármore.
- a conta da compra do computador que eu dei para a minha irmã;
- duas pilhas Duracell que jamais saberemos se estão boas ou já usadas. Esse problema de pilhas soltas me enlouquece;
- sabe aquelas moedinhas de orelhão que não funcionam mais? Várias;
- uma foto minha com a atriz Manoella Teixeira, abraçados na porta do Ritz (isso foi há dois anos, fui logo explicando);
- uma cartela de Lexotan, uma de Frontal e uma de Zoloft.
Pronto, os vizinhos não teriam mais dúvidas. Um louco deprimido se aproximava;
- quatro canetas BIC que eu duvido que ainda funcionem;
- uma capinha de celular que eu comprei há uns quatro anos e não serviu;
- uma caneta dessas de marcar texto, aquela amarela, sabe? Seca, é claro;
- um tubo de vitamina C, vencido há várias gripes;
- um lápis sem ponta, aliás, dois;
- um papelzinho com um telefone que jamais saberemos de quem é;
- outro papelzinho com um telefone (procurei tanto... Agora não vai mais adiantar);
- um benjamim;
- um tubo (suspeitíssimo) de Hipoglós;
- mais uma cartelinha (quase vazia) de Frontal;
- um disquete de computador sem nada escrito nele. O que pode ter aqui?;
- um par de óculos escuros que nunca foram meus;
- umas cinco ou seis chaves que nunca saberei que portas abrirão;
- dois tubos de KY, que, quem sabe o que é, pode imaginar o meu ar de sem jeito. E o cara do 43 levava jeito de saber, pela olhadinha que deu para a esposa que ficou vermelhinha. Ela devia gostar de KY;
- um livrinho mandado (e escrito) por um leitor, com o nome Ser Gay é Ser Alegre. Como explicar isso de joelhos?
- e, para encerrar o meu derrame, um papel em branco com um beijo de batom vermelho, bem no meio. Tentei dizer que era da minha afilhada, Maria Shirts, mas não colou.
Fui recolhendo aquilo tudo, aqueles pedaços da minha vida e colocando de novo dentro da gavetinha.
E me levantei.
Entramos em silêncio no apartamento, certo de que ia começar uma nova vida ali.
Mas logo cheguei à conclusão de que a gente nunca começa nada, a gente continua.
Ajeitei o criado-mudo ao lado da cama.
Fiquei olhando para o indiscreto móvel que eu achava mudo.
Mas que, em dez segundos, contara cinco anos da minha vida.
Resolvi retornar com um texto muito interessante. Espero que vocês gostem.
Tudo começou quando resolvi me mudar do décimo para o quarto andar, aqui mesmo, neste edifício da alameda Franca.
Um carrinho de supermercado seria o suficiente.
Queria fazer lá embaixo um lar, já que isso aqui virou um vício. Lá no quarto andar, tem 4 apartamentos.
Eu não conhecia ainda os vizinhos quando o fato se deu.
Passei o dia levando coisas lá para baixo.
Há dois dias faço isso ajudado pela Cristina.
Uma das últimas viagens e lá ia eu com a Cris ao lado, descendo pelo elevador.
Carregávamos o criado-mudo.
O criado-mudo tem uma gavetinha.
Quando a porta se abriu, tinham duas famílias esperando.
Meus vizinhos. Pai, mãe, crianças e até uma avó.
Foi quando eu estendi o braço para me apresentar como o novo vizinho, que tudo aconteceu.
E foi muito rápido. Muito.
Quando eu tirei a mão do movelzinho para cumprimentar aqueles que agora são meus vizinhos, a gavetinha deslizou.
Eu ainda tentei uma gingada com o corpo pra ver se evitava a catástrofe, mas não adiantou. A filha da puta estava indo para o chão, lisa como quiabo. Estava indo para o chão com tudo dentro.
E não existe nada mais indiscreto que uma gavetinha de criado-mudo de um homem que mora sozinho. Ou mesmo que não more.
Ali você vai jogando coisinhas, papéis. Coisas, enfim. Coisas que só têm um destino na vida: a gavetinha do criado-mudo.
Entre a danada escapar do móvel e esparramar tudo pelo chão, não devem ter sido nem dois segundos. Mas estes dois segundos foram sofridos. Neste pedacinho de tempo tentei, em vão, me lembrar do que era que tinha lá dentro e, consequentemente, toda a vizinhança ia ver.
Além da Cristina.
Não deu outra. A gaveta caiu de quina e tudo voou.
E voou tudo de cabeça pra cima, tudo querendo se mostrar.
Ar livre.
Há quanto tempo aquilo tudo não via a luz do dia, já que ficavam debaixo do abajur lilás?
E não ficou tudo amontoadinho, não.
O material se esparramou legal pelo hall. Diante do que vi no primeiro bater de olhos, a idéia foi pular em cima e cobrir tudo com o corpo até todo mundo sumir dali.
Sim, na gavetinha do criado-mudo a gente joga tudo. Pelos meus cálculos, devia ter coisas ali dos últimos cinco anos. Que, é claro, eu não saberia dizer.
Eu não tinha idéia do que é que estava indo para o chão e aos olhos da vizinhança estupefata.
Um pedaço da minha vida estava ali, no chão, sujeito à visitação pública. Uma vergonha.
E o pior é que não dava para pegar tudo de uma vez.
Teve pilha que rolou escada abaixo. Moedinhas rodopiavam sem parar, fazendo aquele barulhinho.
A primeira coisa que a Cristina recolheu foi um par de brincos douradérrimos. Que não eram dela.
E eu não ia explicar ali que eu não tinha a menor ideia de quem fossem. Podia estar ali há cinco, seis anos.
As crianças olharam para três camisinhas e deram-se sorrisos cúmplices. Não foi bem este o olhar da Cris.
Aquele pequeno despertador quebrou o vidro. Estava parado às 10 e 10 do dia 23, sabe-se lá de que mês ou ano.
Três edições velhas da Playboy . Uma da Tiazinha. Constrangimento.
Pra minha sorte, bem ao lado caiu a História da Filosofia, de I. Khlyabich.
E o livro daquela jovem namorada do Sallinger, do Apanhador no Campo de Centeio.
Amenizou um pouco.
E as camisinhas eram de 98, tava escrito lá. Limpou um pouco a barra.
Um pouco. Sim, por outro lado, mostrava que desde 98 que eu... deixa pra lá.
Tinha o menu da minha aula de culinária de março. Naquele dia aprendi a fazer crepe de pancetta e brié.
Tinha procurado tanto o Guia de Acesso Rápido do celular. Tava lá. Agora eu ia aprender a apagar os telefones vencidos da caixa.
Meu Deus, o que é aquilo no pé do garoto? Viagra!
E o filho da puta pegou e mostrou para o pai que me olhou com pena, com dó: tão jovem e...
Tive que dar explicações:
- He he, é o Jair, que é do 103, psicanalista, amostra grátis, aí. Tem dois.
Já ia dar uma explicação da experiência que tinha tido com o que não estava mais ali, mas achei que os pais não iriam ouvir de bom grado, diante das crianças. Viagra é a maior sujeira, posso te garantir.
Acho que não convenci ninguém.
Cris, com os alheios brincos na mão, escondeu o Viagra. Vexame total.
Mas isso era só o começo da minha vida esparramada no chão de mármore.
- a conta da compra do computador que eu dei para a minha irmã;
- duas pilhas Duracell que jamais saberemos se estão boas ou já usadas. Esse problema de pilhas soltas me enlouquece;
- sabe aquelas moedinhas de orelhão que não funcionam mais? Várias;
- uma foto minha com a atriz Manoella Teixeira, abraçados na porta do Ritz (isso foi há dois anos, fui logo explicando);
- uma cartela de Lexotan, uma de Frontal e uma de Zoloft.
Pronto, os vizinhos não teriam mais dúvidas. Um louco deprimido se aproximava;
- quatro canetas BIC que eu duvido que ainda funcionem;
- uma capinha de celular que eu comprei há uns quatro anos e não serviu;
- uma caneta dessas de marcar texto, aquela amarela, sabe? Seca, é claro;
- um tubo de vitamina C, vencido há várias gripes;
- um lápis sem ponta, aliás, dois;
- um papelzinho com um telefone que jamais saberemos de quem é;
- outro papelzinho com um telefone (procurei tanto... Agora não vai mais adiantar);
- um benjamim;
- um tubo (suspeitíssimo) de Hipoglós;
- mais uma cartelinha (quase vazia) de Frontal;
- um disquete de computador sem nada escrito nele. O que pode ter aqui?;
- um par de óculos escuros que nunca foram meus;
- umas cinco ou seis chaves que nunca saberei que portas abrirão;
- dois tubos de KY, que, quem sabe o que é, pode imaginar o meu ar de sem jeito. E o cara do 43 levava jeito de saber, pela olhadinha que deu para a esposa que ficou vermelhinha. Ela devia gostar de KY;
- um livrinho mandado (e escrito) por um leitor, com o nome Ser Gay é Ser Alegre. Como explicar isso de joelhos?
- e, para encerrar o meu derrame, um papel em branco com um beijo de batom vermelho, bem no meio. Tentei dizer que era da minha afilhada, Maria Shirts, mas não colou.
Fui recolhendo aquilo tudo, aqueles pedaços da minha vida e colocando de novo dentro da gavetinha.
E me levantei.
Entramos em silêncio no apartamento, certo de que ia começar uma nova vida ali.
Mas logo cheguei à conclusão de que a gente nunca começa nada, a gente continua.
Ajeitei o criado-mudo ao lado da cama.
Fiquei olhando para o indiscreto móvel que eu achava mudo.
Mas que, em dez segundos, contara cinco anos da minha vida.
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