quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Meu nome é MULHER!

Eu era a Eva                     
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia                                                               
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção...
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER..!!!!

(O Autor é desconhecido, mas um verdadeiro sábio...)

domingo, 22 de agosto de 2010

CRIADO MUDO (Mário Prata)

Depois de algum tempo fora.
Resolvi retornar com um texto muito interessante. Espero que vocês gostem.

Tudo começou quando resolvi me mudar do décimo para o quarto andar, aqui mesmo, neste edifício da alameda Franca.
Um carrinho de supermercado seria o suficiente.
Queria fazer lá embaixo um lar, já que isso aqui virou um vício. Lá no quarto andar, tem 4 apartamentos.
Eu não conhecia ainda os vizinhos quando o fato se deu.
Passei o dia levando coisas lá para baixo.
Há dois dias faço isso ajudado pela Cristina.
Uma das últimas viagens e lá ia eu com a Cris ao lado, descendo pelo elevador.
Carregávamos o criado-mudo.
O criado-mudo tem uma gavetinha.
Quando a porta se abriu, tinham duas famílias esperando.
Meus vizinhos. Pai, mãe, crianças e até uma avó.
Foi quando eu estendi o braço para me apresentar como o novo vizinho, que tudo aconteceu.
E foi muito rápido. Muito.
Quando eu tirei a mão do movelzinho para cumprimentar aqueles que agora são meus vizinhos, a gavetinha deslizou.
Eu ainda tentei uma gingada com o corpo pra ver se evitava a catástrofe, mas não adiantou. A filha da puta estava indo para o chão, lisa como quiabo. Estava indo para o chão com tudo dentro.
E não existe nada mais indiscreto que uma gavetinha de criado-mudo de um homem que mora sozinho. Ou mesmo que não more.
Ali você vai jogando coisinhas, papéis. Coisas, enfim. Coisas que só têm um destino na vida: a gavetinha do criado-mudo.
Entre a danada escapar do móvel e esparramar tudo pelo chão, não devem ter sido nem dois segundos. Mas estes dois segundos foram sofridos. Neste pedacinho de tempo tentei, em vão, me lembrar do que era que tinha lá dentro e, consequentemente, toda a vizinhança ia ver.
Além da Cristina.
Não deu outra. A gaveta caiu de quina e tudo voou.
E voou tudo de cabeça pra cima, tudo querendo se mostrar.
Ar livre.
Há quanto tempo aquilo tudo não via a luz do dia, já que ficavam debaixo do abajur lilás?
E não ficou tudo amontoadinho, não.
O material se esparramou legal pelo hall. Diante do que vi no primeiro bater de olhos, a idéia foi pular em cima e cobrir tudo com o corpo até todo mundo sumir dali.
Sim, na gavetinha do criado-mudo a gente joga tudo. Pelos meus cálculos, devia ter coisas ali dos últimos cinco anos. Que, é claro, eu não saberia dizer.
Eu não tinha idéia do que é que estava indo para o chão e aos olhos da vizinhança estupefata.
Um pedaço da minha vida estava ali, no chão, sujeito à visitação pública. Uma vergonha.
E o pior é que não dava para pegar tudo de uma vez.
Teve pilha que rolou escada abaixo. Moedinhas rodopiavam sem parar, fazendo aquele barulhinho.
A primeira coisa que a Cristina recolheu foi um par de brincos douradérrimos. Que não eram dela.
E eu não ia explicar ali que eu não tinha a menor ideia de quem fossem. Podia estar ali há cinco, seis anos.
As crianças olharam para três camisinhas e deram-se sorrisos cúmplices. Não foi bem este o olhar da Cris.
Aquele pequeno despertador quebrou o vidro. Estava parado às 10 e 10 do dia 23, sabe-se lá de que mês ou ano.
Três edições velhas da Playboy . Uma da Tiazinha. Constrangimento.
Pra minha sorte, bem ao lado caiu a História da Filosofia, de I. Khlyabich.
E o livro daquela jovem namorada do Sallinger, do Apanhador no Campo de Centeio.
Amenizou um pouco.
E as camisinhas eram de 98, tava escrito lá. Limpou um pouco a barra.
Um pouco. Sim, por outro lado, mostrava que desde 98 que eu... deixa pra lá.
Tinha o menu da minha aula de culinária de março. Naquele dia aprendi a fazer crepe de pancetta e brié.
Tinha procurado tanto o Guia de Acesso Rápido do celular. Tava lá. Agora eu ia aprender a apagar os telefones vencidos da caixa.
Meu Deus, o que é aquilo no pé do garoto? Viagra!
E o filho da puta pegou e mostrou para o pai que me olhou com pena, com dó: tão jovem e...
Tive que dar explicações:
- He he, é o Jair, que é do 103, psicanalista, amostra grátis, aí. Tem dois.
Já ia dar uma explicação da experiência que tinha tido com o que não estava mais ali, mas achei que os pais não iriam ouvir de bom grado, diante das crianças. Viagra é a maior sujeira, posso te garantir.
Acho que não convenci ninguém.
Cris, com os alheios brincos na mão, escondeu o Viagra. Vexame total.
Mas isso era só o começo da minha vida esparramada no chão de mármore.
- a conta da compra do computador que eu dei para a minha irmã;
- duas pilhas Duracell que jamais saberemos se estão boas ou já usadas. Esse problema de pilhas soltas me enlouquece;
- sabe aquelas moedinhas de orelhão que não funcionam mais? Várias;
- uma foto minha com a atriz Manoella Teixeira, abraçados na porta do Ritz (isso foi há dois anos, fui logo explicando);
- uma cartela de Lexotan, uma de Frontal e uma de Zoloft.
Pronto, os vizinhos não teriam mais dúvidas. Um louco deprimido se aproximava;
- quatro canetas BIC que eu duvido que ainda funcionem;
- uma capinha de celular que eu comprei há uns quatro anos e não serviu;
- uma caneta dessas de marcar texto, aquela amarela, sabe? Seca, é claro;
- um tubo de vitamina C, vencido há várias gripes;
- um lápis sem ponta, aliás, dois;
- um papelzinho com um telefone que jamais saberemos de quem é;
- outro papelzinho com um telefone (procurei tanto... Agora não vai mais adiantar);
- um benjamim;
- um tubo (suspeitíssimo) de Hipoglós;
- mais uma cartelinha (quase vazia) de Frontal;
- um disquete de computador sem nada escrito nele. O que pode ter aqui?;
- um par de óculos escuros que nunca foram meus;
- umas cinco ou seis chaves que nunca saberei que portas abrirão;
- dois tubos de KY, que, quem sabe o que é, pode imaginar o meu ar de sem jeito. E o cara do 43 levava jeito de saber, pela olhadinha que deu para a esposa que ficou vermelhinha. Ela devia gostar de KY;
- um livrinho mandado (e escrito) por um leitor, com o nome Ser Gay é Ser Alegre. Como explicar isso de joelhos?
- e, para encerrar o meu derrame, um papel em branco com um beijo de batom vermelho, bem no meio. Tentei dizer que era da minha afilhada, Maria Shirts, mas não colou.
Fui recolhendo aquilo tudo, aqueles pedaços da minha vida e colocando de novo dentro da gavetinha.
E me levantei.
Entramos em silêncio no apartamento, certo de que ia começar uma nova vida ali.
Mas logo cheguei à conclusão de que a gente nunca começa nada, a gente continua.
Ajeitei o criado-mudo ao lado da cama.
Fiquei olhando para o indiscreto móvel que eu achava mudo.
Mas que, em dez segundos, contara cinco anos da minha vida.

sábado, 3 de julho de 2010

AS CRIANÇAS E A INTERNET COMO ORIENTAR O USO


A Internet pode ser um ótimo local para aprender, se divertir, bater papo com os amigos da escola e simplesmente relaxar e explorar. Mas, assim como no mundo real, a Web pode ser perigosa para as crianças. Antes de permitir que seu filho permaneça online sem a sua supervisão, estabeleça algumas regras com que todos concordem.
Se você não sabe por onde começar, aqui estão algumas idéias sobre que pontos abordar com seus filhos para ensiná-los como usar a Internet com segurança.
1. Incentive seus filhos a compartilhar suas experiências na Internet com você. Divirta-se na Internet junto aos seus filhos.
2. Ensine-os a confiar em seus instintos. Se alguma coisa online fizer com que se sintam nervosos, eles devem lhe contar.
3. Se seus filhos visitam salas de bate-papo, usam programas de mensagens instantâneas, videogames online ou outras atividades na Internet que exijam um nome de login como identificação, ajude-os a escolher um nome que não revele nenhuma informação pessoal sobre eles.
4. Insista para que nunca informem seu endereço residencial, número de telefone ou outras informações pessoais, como onde estudam ou onde gostam de brincar.
5. Ensine a seus filhos que a diferença entre certo e errado na Internet é a mesma que na vida real.
6. Mostre a eles como respeitar os outros online. Explique que as regras de bom comportamento não mudam apenas por estarem em um computador.
7. Insista para que respeitem a propriedade de outros online. Explique que fazer cópias ilegais do trabalho de outras pessoas, como música, videogames e outros programas, é roubo.
8. Diga a eles que não devem nunca encontrar amigos virtuais pessoalmente. Explique que os amigos virtuais podem não ser quem eles afirmam ser.
9. Ensine a eles que nem tudo o que lêem ou vêem online é verdade. Encoraje-os a perguntar a você se não tiverem certeza.
10. Controle as atividades online de seus filhos com software de Internet avançado. Os controle de menores podem ajudar a filtrar conteúdo ofensivo, monitorar os sites visitados pelos seus filhos e descobrir o que fazem lá.

terça-feira, 29 de junho de 2010

DICAS PARA AS CRIANÇAS E JOVENS NA INTERNET




A equipe do Portal da Família pesquisou e condensou aqui algumas dicas de Segurança para ajudar as crianças no uso da internet.
Algumas Dicas de Uso
1 - Lembre-se que na Internet você nunca pode ter certeza sobre com quem você está conversando. Infelizmente, muitas pessoas mentem e alguém que se diz ser uma criança pode na verdade ser um adulto perigoso.
2 - Nunca divulgue informações sobre sua vida, como por exemplo seu último nome, seu número de telefone, onde você vive, ou onde é sua escola - sem perguntar primeiro para seus pais. Desconfie daqueles que querem saber muito sobre você, pois mesmo com poucas informações as pessoas podem descobrir onde você mora.
3 - Tenha em mente as regras de segurança quando estiver on-line: seu comportamento e os sites da Web que você visita determinarão em grande parte sua segurança on-line. Sempre siga as regras de uso da Internet, esteja você em casa, na escola, na biblioteca ou em outros lugares. Elas existem para garantir que você possa se divertir de maneira segura na internet.
4 - Sempre mostre respeito aos outros: trate as pessoas que estão on-line como você gostaria de ser tratado. Nunca envie mensagens de e-mail ofensivas ou desagradáveis. Lembre-se de que qualquer coisa que você escrever ou enviar on-line pode ser reenviado a outras pessoas - até mesmo seus pais ou sua escola! Portanto, não diga nada que você não queira que os outros o ouçam dizer.
5 - Fazer planos para encontrar seus amigos de Internet na vida real normalmente é uma idéia muito ruim - não concorde com isso - porque as pessoas na vida real podem ser muito diferentes do que elas dizem que são pelo computador. Se você decidir encontrá-los, leve seus pais com você e encorage seu amigo virtual a fazer o mesmo. Esta é uma idéia inteligente. No mínimo, faça com que seus amigos reais estejam sabendo o que você vai fazer.
6 - Desligue o computador se não se sentir confortável. Se alguém com quem você conversar ou alguma coisa que você vir quando estiver on-line o fizer se sentir desconfortável ou com medo, simplesmente feche o navegador e desligue o computador. Se você não fornecer informações suas a ninguém, ele ou ela não poderá ameaçá-lo, e você poderá simplesmente ignorar a pessoa (ou bloqueá-la) no futuro. Sempre avise aos seus pais ou professores se você se sentir com medo ou for ameaçado quando estiver on-line - eles sabem o que fazer.
7 - Se você receber e-mails suspeitos, arquivos ou fotos de alguém que você não conhece, remova-os para a lata de lixo. Você poderia ter muito que perder confiando em alguém você não conhece. Do mesmo modo, evite clicar nas URLs que lhe parecem suspeitas.
8 - Nunca distribua suas senhas para outros colegas.
9 - Nunca faça nada que possa custar dinheiro à sua família, como por exemplo compras on-line, a não ser que haja algum de seus pais ajudando você a fazer isto.
10 - Antes de você conversar com um desconhecido na Internet sobre algum problema que você está tendo, ou algo que você está sentindo, tente antes falar com um parente compreensivo ou um amigo e deixe-os saberem o que você está sentindo. Eles são um recurso melhor, mais confiável que um estranho em uma de bate papo.
11 - Evite entrar em salas de bate papo (chats) que parecem provocantes ou de muita discussão, e não deixa as pessoas on-line usarem o truque de fazer você pensar neles como amigos da vida real se você nunca os conheceu pessoalmente. E também não deixe as pessoas o envolverem em brigas on-line. Se você for procurar problemas na Internet, você achará isto, e coisas podem sair do controle rapidamente.

domingo, 20 de junho de 2010

DICAS PARA TER PAZ NO TRÂNSITO


1.    Uso do cinto de segurança obrigatório, nos bancos da frente e traseiros;
2.    Idade mínima para andar no banco da frente é de 10 anos, sendo que, seja necessário também que o padrão físico se adeque ao cinto, para que o mesmo possa segurá-la;
3.    Não atender ao celular, passar mensagem ou trocar o CD, quando estiver dirigindo;
4.    Crianças até 7 anos de idade, devem andar no banco traseiro e numa cadeira especial;
5.    Não ultrapassar o sinal vermelho;
6.    Atenção ao se aproximar da faixa de pedestre. Pare, se notar com antecedência um pedestre na calçada em um dos extremos da faixa em atitude indicando que pretende atravessar a via;
7.     Não dirigir após de ingerido bebida alcoólica;
8.       Verificar a luz de freio e os faróis antes de sair de casa para o trabalho ou para viagem;
9.      Verificar as pastilhas de freio dentro de um prazo indicado por profissionais especializados;
10.       Alinhar e balancear o automóvel em um prazo de seis em seis meses;
11.    Procurar ser gentil e solidário no trânsito com o propósito de que haja maior solidariedade no dia-a-dia;
12.    Menores de 7 anos de idade, não podem andar de moto.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

10 maneiras de prevenir e controlar a hipertensão - Parte 2

  1. Conte até dez: o estresse aparece como resposta do organismo às sobrecargas físicas e emocionais, desencadeando a hipertensão e doenças do coração. Uma das doenças relacionadas à estafa, ou seja, a doença mais conhecida como fadiga, que causa dores musculares e cansaço físico ocasionados principalmente pela combinação entre desgaste excessivo (sem respeitar um tempo de descanso e recuperação) e pela má alimentação. Nestes casos, o tratamento é uma mudança radical na rotina e na alimentação. As dicas dos especialistas são controlar s emoções e procurar incluir atividades relaxantes na sua rotina.
  2. Vitamina D sempre: um estudo realizado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, revelou que 20% dos casos de hipertensão em mulheres estão associados ao descontrole dos níveis da pressão arterial em decorrência da falta de vitamina D no organismo. A vitamina D pode ser encontrada em alimentos como a manteiga, gema de ovo, fígado, entre outros, mas sua principal fonte de absorção é a luz solar. Com a falta da vitamina, o organismo feminino faz um esforço três vezes maior para manter seu equilíbrio circulatório e acaba sobrecarregando algumas funções como a irrigação das artérias, o que gera um aumento na pressão e desconfortos, como tontura e transpiração excessiva.
  3. Monitore seu coração: avaliações regulares não só ajudam a identificar o problema no começo, facilitando o tratamento, como servem para adequar o uso de medicamentos de forma mais eficaz. No mínimo uma vez por ano, todas as pessoas devem medir a pressão arterial. A recomendação é da Sociedade Brasileira de Hipertensão, que alerta para esse simples exame como uma forma de prevenir problemas mais sérios. Quem já possui a doença deve ir medi-la a cada mês e ir ao médico a cada seis meses para verificar a medicação que está tomando.
  4. Benefícios adicionais do sexo: um estudo realizado pela Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, sugere que fazer sexo com certa frequência diminui os riscos de infarto fatal. A pesquisa contou com a colaboração de três mil homens de 45 a 59 anos de idade. De acordo com os cientistas, os homens que afirmaram ter níveis baixos ou moderados de atividade sexual ficaram mais expostos ao risco de morte súbita. Eles descobriram que mesmo que a pressão arterial suba durante as atividades sexuais, a pressão subsequente é reduzida, mantendo uma relação de saúde para o organismo, afastando o risco de infartos.
  5. Tire as crianças da frente de TV: crianças que passam muito tempo em frente à televisão têm mais chances de apresentar elevação da pressão arterial independentemente do seu nível de gordura corporal ou peso, de acordo com um estudo publicado na revista científica Archives of Pediatric and Adolescent Medicine. A pesquisa analisou a relação entre a pressão arterial das crianças e sua escolha de passatempos passivos, como assistir à TV, usar o computador e ler. De acordo com os pesquisadores, ver TV é mais nocivo do que jogar vídeo-game, por exemplo, porque a ação de jogar demanda o mínimo de movimentos da criança. Enquanto a TV, além de estimular o comportamento passivo, normalmente vem associada ao consumo de guloseimas, como salgadinhos e biscoitos, cheios de sal e gordura, que também contribuem para o aumento da pressão.
Fonte: Minhavida

quarta-feira, 16 de junho de 2010

10 maneiras de prevenir e controlar a hipertensão - Parte 1


A pressão alta pode ser evitada com hábitos simples que farão bem a toda sua saúde:
  1. Um hábito prático e saudável: para afastar o perigo da hipertensão, aposte nas caminhadas. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, comprovou que a caminhada reduz a pressão arterial na primeira hora e, o que é melhor ainda, essa queda se mantém nas 24 horas subsequentes. Atividades físicas regulares, principalmente as aeróbias, contribuem para a melhora de todo o sistema circulatório e pulmonar. Só tome cuidado com os exageros: antes de começar qualquer treino, procure um especialista e faça uma avaliação geral.
  2. Reduza (não elimine) o sal: o excesso de sal na dieta leva à retenção de líquidos, acarretando a hipertensão. Por isso, maneire na hora de temperar a comida e diminua o consumo de enlatados e alimentos em conserva. Além disso, hoje existe uma boa substituição: o sal diet pode ser útil na dieta do hipertenso, substituindo parte do cloreto de sódio pelo cloreto de potássio - e nisso, ele é duplamente benéfico, por reduzir o sódio e por adicionar potássio, sendo esse último um elemento muito importante na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial. Além dos cuidados em relação ao consumo de sal, quem já apresenta a hipertensão deve seguir uma dieta balanceada, privilegiando frutas e verduras, carne magra, laticínios desnatados, grãos e cereais.
  3. Perdendo medidas: pesquisadores do Instituto de Nutrição da UFRJ descobriram que um mal, muitas vezes esquecido, tem grande influência na hipertensão: o acúmulo de gordura na cintura. O indicador é sinal de alerta quando as medidas ultrapassam 102cm para os homens e 88cm nas mulheres, pois essa gordura abdominal duplica as chances de hipertensão, infarto e diabetes. Para reduzir os alimentos gordurosos na alimentação vale incluir frutas, verduras e legumes. Cortar a carne não é preciso, mas dê preferência aos cortes magros como filé mignon e músculo.
  4. Beba com moderação: a redução da ingestão de álcool também auxilia o controle da pressão arterial, porém não é necessária a abstinência. Para não passar da conta, a recomendação é a seguinte: a ingestão de bebida alcoólica deve ser limitada a 30g álcool/dia contidas em 600 ml de cerveja (5% de álcool) ou 250 ml de vinho (12% de álcool) ou 60ml de destilados (whisky, vodka, aguardente com 50% de álcool). Este limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres e indivíduos com sobrepeso e/ou triglicérides elevados.
  5. Apague o cigarro: o tabaco, em conjunto às outras substâncias tóxicas do cigarro, eleva a pressão imediatamente, além de comprometer toda a sua saúde a longo prazo. "Parar de fumar é fundamental", alerta o professor de Cardiologia da Santa Casa de São Paulo, Ronaldo Rosa. Isso ocorre porque a nicotina do cigarro aumenta a pressão arterial - o que não significa que fumar cigarros com baixos teores de nicotina diminua consideravelmente o risco de doenças cardíacas.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sal: O Mal do Século

Ao ser colocado na boca, o sal é dissolvido instantaneamente na saliva e logo se espalha pelas 10 000 papilas gustativas localizadas na superfície da língua. Uma ínfima porção dele (0,1% do total) é transformada em impulsos elétricos e segue em direção ao cérebro. Lá, ele é reconhecido pelo organismo. Os 99,9% restantes são engolidos, passam pelo estômago e pelos intestinos, onde estimulam a produção de substâncias envolvidas no processo digestivo. Só então, uma hora depois de ter sido ingerido, ele cai na corrente sanguínea para finalmente cumprir seu papel principal: o de regular a pressão arterial. O sal é o mineral com o maior número de funções no organismo. "Sem ele, não haveria apetite para boa parte dos alimentos, o processo de digestão seria incompleto e o sangue extravasaria pelas paredes dos vasos", diz Renato Sabbatini, neurofisiologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para que todos esses mecanismos ocorram à perfeição, basta 1,2 grama diário de sal. É um volume equivalente ao contido, por exemplo, em cinco azeitonas ou em três nuggets ou ainda em apenas um pão francês e meio. É muito pouco sal, no entanto, para o paladar que desenvolvemos na sociedade industrial. Por isso, o limite aceitável nas cartilhas médicas foi elevado para até 6 gramas diários. "Trata-se de uma quantidade compatível com o gosto e tolerável à saúde", explica Décio Mion, nefrologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo. O problema é que a maioria das pessoas tem o hábito de consumir muito mais do que 6 gramas. Não importa a cultura ou a classe social, abusa-se do saleiro. Em média, a ingestão mundial de sal per capita é de 10 gramas diários. Os brasileiros, em particular, ingerem inacreditáveis 12 gramas ao dia.

A partir desta semana, as recomendações médicas devem ficar ainda mais restritas, com a entrada em vigor das novas diretrizes das sociedades brasileiras de cardiologia, nefrologia e hipertensão. Elas passarão a preconizar o consumo de, no máximo, 5 gramas de sal por dia – o mesmo limite sugerido pela Organização Mundial de Saúde em 2005. A diferença de 1 grama entre a cartilha de 2006 e a de agora pode parecer irrisória. Mas tem uma repercussão enorme na saúde. Um estudo publicado em fevereiro passado, na revista científica americana The New England Journal of Medicine, determinou o impacto de tal redução. Passar a consumir 5 gramas de sal todos os dias, em vez de 6, evita 10% das mortes por doenças cardiovasculares, sobretudo infarto e derrame. O que representa, em termos globais, em torno de 1 milhão de vidas salvas anualmente. "Os benefícios aumentam proporcionalmente à quantidade reduzida", diz o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, presidente do departamento de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

O sal começou a aparecer nas diretrizes médicas a partir dos anos 80, quando a Associação Americana do Coração relacionou o consumo excessivo do mineral a um aumento nos riscos de hipertensão, doença responsável por 54% das mortes por derrame e 47% dos óbitos por infarto. Descobriu-se que, depois da genética, o excesso de sal é o fator de maior influência para a pressão alta. Em exagero, além de ter ação vasoconstritora, o mineral aumenta o volume de sangue circulante pelas artérias, agredindo a parede dos vasos. A lesão, por sua vez, facilita o depósito de gorduras e reduz a síntese de substâncias vasodilatadoras. Com isso, as artérias enrijecem e têm seu calibre diminuído. A pressão arterial, então, sobe. O ideal é que ela não ultrapasse a marca dos 12 por 8. O primeiro número equivale à força do fluxo de sangue contra a parede dos vasos, quando o músculo cardíaco se contrai e bombeia sangue para o resto do organismo – é a pressão sistólica, ou máxima. O segundo número refere-se à medição no momento em que o coração relaxa e se enche de sangue – é a pressão diastólica, ou mínima. A partir de 14 por 9, o quadro é de hipertensão. No Brasil, 30% dos adultos estão doentes – o que representa cerca de 30 milhões de homens e mulheres. Em oito de cada dez desses casos, a hipertensão é produto de uma combinação de múltiplos fatores – e o consumo excessivo de sal é um aspecto preponderante. "Entre outros fatores de risco para a doença, estão obesidade, sedentarismo e stress", diz o ne-frologista Varujan Dicht-che-kenian, do Hos-pital das Clínicas, de São Paulo.

O agente pernicioso do sal é o sódio. Para cada grama do mineral, há 400 miligramas de sódio – os 60% restantes são de cloro, um composto praticamente inócuo. Cerca de 70% do sal consumido atualmente provém dos produtos industrializados. É o chamado "sal invisível". Os rótulos de tais produtos não informam a quantidade de sal, e sim a de sódio. Além disso, não se faz a discriminação entre o volume de sódio contido naturalmente no alimento e o acrescentado pela indústria. O sódio é utilizado em abundância sobretudo para a conservação dos produtos. "Como ele tem um grande poder de absorção, desidrata facilmente fungos e bactérias que poderiam estragar os alimentos", diz a nutricionista Maria Cecilia Corsi, da consultoria em nutrição Essencial Light. Quanto maior o prazo de validade de um produto, maior é a quantidade de sal utilizada no seu preparo. Há ainda outro dado. "O sal camufla o gosto dos ingredientes que deram origem ao produto", diz o nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração. Ou seja, quanto maior a quantidade de sal, menor será a qualidade das matérias-primas empregadas na fabricação do alimento e, consequentemente, menor será o seu preço. Pode fazer o teste. Escolha duas marcas de molho de tomate. Uma com um prazo de validade maior do que o da outra. O gosto do tomate estará mais ressaltado no molho mais caro e com prazo de validade mais curto.

Por pressão das entidades médicas e das organizações de consumidores, a indústria alimentícia vem mudando seu modo de trabalhar. Em 2008, a Unilever, por exemplo, grupo anglo-holandês com 400 marcas de alimentos, deu o primeiro passo rumo à redução de sódio. Desde então, 60% de seus produtos perderam 5% de sódio. Recentemente, a empresa americana Heinz anunciou que, até o fim de julho, pretende diminuir a quantidade de sódio em 15% na fórmula de seu ketchup. No início do ano, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, lançou uma campanha para estimular os restaurantes a reduzir em um quarto a quantidade de sódio de seus cardápios até 2014. Desde o fim dos anos 90, já estão disponíveis no mercado os "sais light", cujos teores de sódio são até 25% menores do que os do sal tradicional.
Fonte: www.veja.com por Adriana Dias Lopes

sábado, 29 de maio de 2010

Cuidados com a Voz

 A professora da FCM, especialista em Fonoaudiologia, com ênfase em Linguagem e Motricidade Orofacial, Karina Veríssimo Meira, alerta sobre a importância de se ter cuidados com a voz, principalmente as pessoas que dependem da fala para trabalhar

“A voz tem um papel importante no cotidiano, precisamos cuidar dela para não prejudicá-la”, introduziu.

Segundo Karina, é recomendável que os profissionais que usam a voz como ferramenta de trabalho, a exemplo de professores, locutores e jornalistas, sempre façam ingestão de água, na temperatura ambiente, a fim de que as cordas vocais permaneçam sempre hidratadas.

“Ingerir água antes, durante e depois da comunicação é essencial para a saúde da voz. É importante ressaltar que a água não pode ser gelada, porque com as cordas vocais aquecidas, pode causar um choque térmico”, declarou.

“Outro ponto fundamental para os que trabalham diretamente com a voz é a prática de 'ilhas de silêncio', como chamamos. Nada mais é do que dar descansos à voz. Apontaria também a importância de exercícios vocais antes da fala ser iniciada”, disse.

Para muitos, qualquer alteração vocal compromete a qualidade de vida, não só no aspecto profissional, mas também no pessoal.

“Mesmo que o indivíduo não trabalhe diretamente com a voz, ele precisa dela para se comunicar no dia-a-dia. Não fumar e não ingerir muita bebida alcoólica é uma grande dica para evitar problemas como o pigarro, por exemplo. A hidratação é fundamental em todos os casos”, acrescentou Karina Veríssimo Meira.

Além do pigarro, perda da voz no meio de frases, falta de ar enquanto fala, cansaço ao falar, dificuldade ao engolir, rouquidão, dor ou ardência na garganta são sintomas que apontam que a saúde vocal pode estar comprometida.

“É sempre importante procurar um especialista se algum dos sintomas aparecerem”, concluiu a professora da FCM, que também é mestre em Cirurgia e Anatomia. 




Fonte: Redação com Ascom

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Auto-Estima, você ainda vai ter a sua

Auto-estima, seja qual for o nível, é uma experiência íntima; reside no cerne do nosso ser. É o que EU penso e sinto sobre mim mesmo, não o que o outro pensa e sente sobre mim. Quando crianças, a nossa autoconfiança e o nosso auto-respeito podem ser alimentados ou destruídos pelos adultos - conforme tenhamos sido respeitados, amados, valorizados e encorajados a confiar em nós mesmos. Mas, em nossos primeiros anos de vida, as nossas escolhas e decisões são muito importantes para o desenvolvimento futuro de nossa auto-estima. Estamos longe de ser meros receptáculos da visão que as outras pessoas têm sobre nós. E de qualquer forma, seja qual tenha sido a nossa educação, quando adultos o assunto está em nossas próprias mãos.

Ninguém pode respirar por nós, ninguém pode pensar por nós, ninguém pode nos dar autoconfiança e amor-próprio. Posso ser amado pela minha família, por meu companheiro ou companheira e por meus amigos e, mesmo assim, não amar a mim mesmo. Posso ser admirado pelos meus colegas de trabalho e mesmo assim ver-me como um inútil.

Posso projectar uma imagem de segurança e uma postura que iludem virtualmente a todos e ainda assim tremer secretamente ao sentir a minha inadequação. Posso preencher todas as expectativas dos outros e, no entanto, falhar em relação ás minhas; posso conquistar todas as honras e apesar disso sentir que não cheguei a nada; posso ser adorado por milhões e despertar todas as manhãs com uma nauseante sensação de fraude e vazio.
Porque é bom ter auto-estima?
  • Quanto maior a nossa auto-estima, mais bem equipados estaremos para lidar com as adversidades da vida; quanto mais flexíveis formos, mais resistiremos à pressão de sucumbir ao desespero ou à derrota;
  • Quanto maior a nossa auto-estima, maior a probabilidade de sermos criativos em nosso trabalho, ou seja, maior a probabilidade de obtermos sucesso;
  • Quanto maior a nossa auto-estima, mais ambiciosos tenderemos a ser, não necessariamente na carreira ou em assuntos financeiros, mas em termos das experiências que esperamos vivenciar de maneira emocional, criativa ou espiritual;
  • Quanto maior a nossa auto-estima, maiores serão as nossas possibilidades de manter relações saudáveis, em vez de destrutivas, pois, assim como o amor atrai o amor, a saúde atrai a saúde, e a vitalidade e a comunicabilidade atraem mais do que o vazio e o oportunismo;
  • Quanto maior a nossa auto-estima, mais inclinados estaremos a tratar os outros com respeito, benevolência e boa vontade, pois não os vemos como ameaça, não nos sentimos como "estranhos e amedrontados num mundo que nós jamais criamos", uma vez que o auto-respeito é o fundamento do respeito pelos outros;
  • Quanto maior a nossa auto-estima, mais alegria teremos pelo simples facto de ser, de despertar pela manhã, de viver dentro dos nossos próprios corpos. São essas as recompensas que a nossa autoconfiança e o nosso auto-respeito nos oferecem.
Desenvolver a auto-estima é desenvolver a convicção de que somos capazes de viver e somos merecedores da felicidade e, portanto, capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa vontade e optimismo, que nos ajudam a atingir nossas metas e a sentirmo-nos realizados. Desenvolver a auto-estima é expandir a nossa capacidade de ser feliz. A verdadeira auto-estima não se expressa pela autoglorificação à custa dos outros, ou pelo ideal de se tornar superior aos outros, ou de diminuir os outros para se elevar. A arrogância, a ostentação e a super-estima das nossas capacidades são atitudes que reflectem uma auto-estima inadequada, e não, como imaginam alguns, excesso de auto-estima. Uma das características mais significativas da auto-estima saudável é que ela é o estado da pessoa que não está em guerra consigo mesma ou com os outros.

Fonte: Autoestima.com

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vale a pena cultivar o bom humor

O excesso de afazeres diários, a competição no trabalho, problemas financeiros, de saúde, próprio ou de familiares, desajustes afetivos, desemprego, violência urbana são alguns motivos causadores de estresse, mau humor e enfermidades sérias, em decorrências disto.

Como enfrentar estes dissabores e ainda ter bom humor?

Vale ressaltar que ter bom humor não é compor um tipo sarcástico, não levar nada à sério, ficar só caçoando das pessoas ou contando anedotas. Vai além disso.

Estudos na área médica comprovam ser o bom humor e o riso importantes auxiliares no tratamento de enfermidades bem como na prevenção delas.

Muito riso libera hormônio que dá a mesma sensação de bem estar proporcionado por atividade física. Em virtude disto já surgiram grupos que atuam em hospitais trabalhando com a terapia do riso, como auxiliar no tratamento e recuperação de crianças enfermas.

Pessoas tristes, depressivas, angustiadas, aquelas que guardam mágoas, rancor, podem com esta atitude baixar a imunidade do organismo e com isto ficarem mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças graves.

Profissionais altamente competitivos, com acúmulo de cargos e funções, incapazes de usufruir de folgas, de relaxar também são sérios candidatos a desenvolverem certas patologias.

Diversos estudos com indivíduos de atividades e gostos diferentes comprovam que aqueles que possuem mais capacidade de desenvolver o bom humor, tendem a viver mais e com melhor qualidade de vida.

O bom humor é uma característica das pessoas que vivem de maneira mais leve, cultivam atitudes de cortesia, gentileza, são hábeis em desenvolver emoções positivas, recordam com mais freqüência os momentos bons que vivenciaram, procuram transmitir serenidade e esperança para aqueles com quem convivem.

São pessoas que tem atitude positiva diante dos pequenos – à vezes nem tão pequenos-dissabores do dia a dia, que procuram cercar-se de pessoas que apresentem tipos de comportamentos positivos, que não ficam só falando de problemas, tragédias, medos, e que conseguem perceber o lado mais claro, mais positivo ou mais divertido das situações vivenciadas. Não é por acaso que a paródia mostra o outro lado do drama.

Há dados que apontam para o desenvolvimento de câncer por pessoas altamente negativas, fechadas em si mesmo, taciturnas e deprimidas.

Em contrapartida outros indicam que o riso, a exteriorização de alegria, felicidade, manifestações positivas diante de acontecimentos vivenciados reduzem o estresse, aumentam a criatividade, reduzem a dor, a pressão sangüínea e aumentam a imunidade.

Assim, vale mais apostar no sorriso, na leveza, na tolerância e na alegria para viver mais e melhor.

Fonte: www.brasilescola.com por Isabel C. S. Vargas

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Professores estão mais propensos a desenvolver varizes

Postura profissional é o principal fator que prejudica o sistema circulatório.

É cada vez mais comum o surgimento de varizes em decorrência de stress, má alimentação e sedentarismo. Os outros fatores que propiciam o desenvolvimento desta doença são hereditariedade, idade (é mais comum após os 40 anos), sexo (é mais comum em mulheres), gravidez, fumo, alterações hormonais, uso de estrógenos (pílulas anticoncepcionais e hormônios de reposição), exercícios físicos com cargas em excesso e profissões em que as pessoas ficam muito tempo em uma mesma posição.

Dentre os profissionais, os professores são um dos que estão mais propensos ao aparecimento de varizes. Isso acontece pois permanecer muito tempo na mesma posição prejudica o fluxo sangüíneo. As veias das pernas levam o sangue no sentido dos pés para o coração, ou seja, de baixo para cima. Esse sentido da circulação é o oposto da força da gravidade, o que dificulta o retorno do sangue.

Além disso, para que o fluxo venoso vença a força da gravidade e prossiga em sua trajetória normal, é necessária a contração muscular, além de uma respiração correta, que consiste na pressão abdominal negativa, isto é, uma expiração total.

O pé também é um fator preponderante na circulação. "Na planta do pé há um tecido semelhante a uma esponja, que é comprimido ao caminharmos. Neste processo acontece um movimento de flexão e extensão que auxilia a volta do sangue ao coração", esclarece Dr. José João Lopes, angiologista e cirurgião vascular.

Há várias recomendações para prevenir o desenvolvimento de problemas circulatórios para os professores. Porém, o mais indicado é procurar um especialista e diagnosticar qual é o melhor tratamento.

"É possível reduzir a possibilidade de desenvolver varizes tendo uma vida saudável. Em todas as idades, é imprescindível praticar exercícios físicos e manter uma dieta balanceada, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e fumo e procurar um especialista logo que notar os primeiros sintomas", finaliza o angiologista.

Fonte: Revista Ao Mestre Com Carinho

terça-feira, 25 de maio de 2010

Chegada do frio aumenta incidência de problemas de pele

Não são só as doenças respiratórias as campeãs do inverno. Tempo seco e frio causa ressecamento e desidratação da pele e afeta principalmente crianças, idosos e pessoas com rinite, bronquite e dermatite.

A queda da temperatura traz alguns problemas dermatológicos, como alergia e infecção da pele. Nesta época, os banhos ficam mais demorados e quentes e a ingestão de líquidos é menor. Com isso, a pele fica com pouca camada de gordura e menos hidratada, o que diminui a sua proteção.

A pele do rosto, por ficar exposta, é a parte do corpo mais atingida pela ação do vento frio, da poluição e da baixa umidade relativa do ar. Ela sofre algumas alterações decorrentes dos agentes externos ficando mais ressecada, perdendo oleosidade e o brilho. A camada de proteção natural da pele é removida, modificando seu pH, por causa dos banhos quentes e da ação de contato dos tecidos sintéticos ou a da lã.

Quem sofre ainda mais com a ação do frio são as crianças, os idosos e as pessoas chamadas atópicas - que apresentam rinites, bronquites ou dermatites. As crianças porque ainda têm pouca produção sebácea (baixa oleosidade); os idosos porque já deixaram de produzir esta substância em índices necessários; e os atópicos, por problemas genéticos que os levam a diminuir a produção de oleosidade.

Entre as doenças de inverno estão as dermatites de contato e alérgicas, eczemas de diferentes graus, urticária ao frio, eritema pérnio (ligado à má circulação sangüínea) e psoríase (placas avermelhadas com escamas grossas e brancas).

Com a pele ressecada, as pessoas ficam mais sujeitas a apresentar irritação, alergia e infecção dermatológica. Segundo a dermatologista da Unifesp Edileia Bagatin, nesta época o efeito alérgico é ainda maior. "Se uma substância causaria problemas à pele de alguém, no inverno essa probabilidade é ainda maior.".

Além do clima, existem fatores que contribuem para a incidência de problemas de pele. Entre eles estão sedentarismo, consumo de álcool, cigarro, presença de fungos, desnutrição e má circulação sangüínea. Nesse período mais frio, a procura por tratamentos corporais aumenta em 50% nos hospitais, consultórios de dermatologistas e clínicas de estética.

Precauções

De acordo com Edileia, algumas precauções devem ser tomadas com a chegada do frio. "É preciso diminuir o tempo do banho e não usar água muito quente, passar hidratante e filtro solar diariamente, dar preferência para sabonetes líquidos ou neutros e beber, no mínimo, 1 litro e meio de água por dia".

Muitos especialistas dizem que o período de inverno é o mais adequado para se fazer tratamentos estéticos dermatológicos. A utilização do filtro solar nesse período também faz parte da prática desses tratamentos. Apesar do frio, os raios solares continuam agindo e provocando danos à pele.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Prática de atividades físicas deve começar ainda na infância

Atividades físicas devem ser um hábito criado desde a infância. Muito tem se falado sobre as dificuldades em se adquirir o hábito de praticar exercícios físicos, pois as pessoas começam já adultas - isso porque muitas vezes, pais e professores entendem ser errado crianças e jovens, na pré-puberdade, iniciarem atividades físicas regulares, sobretudo em relação às atividades oferecidas por academias, no processo de fortalecimento da musculatura e resistência.

No entanto, hoje profissionais da área já discordam desse conceito e confirmam que as atividades devem ser muito mais que aquelas sugeridas pelas aulas de educação física nas escolas, que são os jogos e atividades em grupo com o único objetivo de socializar e criar o espírito competitivo e valores éticos - também muito importante para o processo de crescimento humano.

"O mito que se criou sobre crianças não poderem praticar atividades físicas nas academias já está sendo derrubado. Na realidade, treinar desde jovem, se bem orientado em relação aos tipos de exercícios que se realizará na academia, só poderá trazer benefícios, pois o exercício com pesos estimula a liberação de hormônios importantíssimos para o desenvolvimento, como o hormônio do crescimento e os hormônios sexuais", afirma Daniel Kazu, personal trainer, especialista em fisiologia pela Escola Paulista de Medicina.

Mas tudo isso deve ser feito de maneira programada e muito bem orientada, justamente em razão do processo de crescimento da criança. "O que deve ser evitado é exercícios com sobrecarga na coluna, como agachamento com barra, e não utilizar cargas máximas em repetições muito baixas", ensina Kazu.

Muitas academias não permitem a entrada de crianças apenas em razão de possíveis acidentes. O maior problema apontado seria a maturidade da criança ou jovem, pois eles tendem a se machucar com maior frequência. "Por isso é mais natural a presença de meninas nas academias, já que elas amadurecem mais rapidamente: as meninas iniciam em torno dos 13 anos e os meninos somente a partir dos 15 anos. Desta forma, se for fazer musculação quando criança ou muito jovem, na pré-adolescência, recomenda-se um acompanhamento especial", avalia o personal trainer.

Fonte: Revista Ao Mestre com Carinho

domingo, 23 de maio de 2010

Dica de Filme: "Imagine Só"

Uma frase que marcou muito:
“ Você tem dois empregos e um deles é ser pai.”

Pais e mães, pensem nisso!



Sinopse
Aqui, Murphy interpreta o sisudo executivo financeiro Evan, cuja carreira está em sérias dificuldades. Nunca tendo tempo para se dedicar à filha pequena (Yara Shahidi), é convidado por ela a entrar em seu mundo imaginário. Livrando-se das amarras da dura realidade que enfrenta, o personagem acaba encontrando no mundo infantil da filha uma forma de solucionar seus próprios problemas.

Fonte: Cineclick




sexta-feira, 21 de maio de 2010

Cinco Passos Para Curar Lesões - Parte 2

1 - Bendita gelada
A aplicação de gelo é uma das etapas mais importantes no tratamento das lesões. Quando um tecido é machucado, ocorre derramamento de sangue e linfa, os responsáveis pelo inchaço e pela inflamação. O gelo tem dupla ação: é um poderoso anti-inflamatório e analgésico. Ao diminuir a temperatura durante a fase aguda da lesão, os vasos sanguíneos se contraem, reduzindo a quantidade de sangue no local. Isso também não deixa o inchaço piorar. Outro benefício dessa fria é minorar a dor. Em bom português, o gelo torna mais lenta a condução do impulso nervoso, o repórter encarregado de levar a notícia dolorosa ao cérebro. É por essa razão que aplicações gélidas promovem aquela sensação de conforto. Na hora de se valer dessa estratégia friorenta, use bolsas térmicas ou toalhas para evitar o contato direto do gelo com a pele, que pode sair dessa literalmente queimada. A aplicação deve ser feita logo após o choque e se estender pelas 48 horas seguintes. “Sempre respeitando o tempo máximo de 20 minutos, a cada quatro horas”, diz o fisioterapeuta Marco Túlio Saldanha dos Anjos, presidente do Conselho Nacional de Fisioterapia do Esporte.

2 - Compressão de resultado
Essa etapa do programa pode ser levada a cabo em paralelo às outras quatro. Assim como o gelo, a compressão ajuda a contrair os vasos sanguíneos, contribuindo para reduzir o inchaço e cicatrizar o tecido lesado. Faixa elástica é de praxe durante esse procedimento. Ela deve ser disposta a partir da periferia da área dolorida em direção ao centro. Assim, se você torceu o tornozelo, por exemplo, o curativo deve começar na região da planta do pé e seguir em direção à canela, passando pelo epicentro da dor. “O esportista só precisa ficar atento para não apertar demais a atadura, porque isso pode prejudicar a circulação local”, alerta Nardelli.

3 - Repousar é preciso
  A ideia de ficar totalmente imóvel devido a uma torção, uma pancada ou um desconforto muscular hoje é praticamente inaceitável, salvo raras exceções. O que agora se prega é que o repouso deve ser feito de acordo com a necessidade do indivíduo. “Os movimentos sempre devem respeitar os sinais do corpo”, diz Júlio César Nardelli, ortopedista do Hospital das Clínicas paulistano. Se a lesão incomodar ou doer, o certo é que a pessoa suspenda a atividade. Durante essa pausa, a região lesionada não pode ser sobrecarregada. “O descanso e o afastamento das atividades de impacto são importantes inclusive para curar as microlesões que acontecem durante qualquer exercício físico”, completa Nardelli.

4 - Muita proteção
Eis uma medida que deve acompanhar todo o tratamento e está diretamente ligada ao repouso. Nesse momento, valem aqueles cuidados básicos diante de qualquer machucado. “Você deve evitar colocar peso na área problemática. E, em alguns casos, precisa recorrer a muletas, tipoia e imobilizadores”, diz o educador físico Cassiano Merussi Neiva, da Universidade Estadual Paulista, em Bauru, no interior paulista. “A proteção também pode ser feita a fim de evitar novas lesões.” Esse conselho é endereçado sobretudo a quem começa a praticar uma atividade física ou não treina com frequência. Nesse time, a musculatura, uma espécie de para-choque contra topadas e afins, não está totalmente desenvolvida. Daí, as regiões mais propensas a lesões ficam vulneráveis. No caso do futebol, por exemplo, o correto seria apelar para faixas e caneleiras para proteger o tornozelo e a canela.

5 - Elevação
A gravidade ajuda a drenar os líquidos que se acumulam durante todo o processo pós-pancada, o que contribui para a diminuição do inchaço, da inflamação e da dor. É importante que se eleve a parte do corpo lesionada acima do coração para facilitar a circulação do sangue naquele ponto. “Se a perna estiver machucada, por exemplo, deite-se e coloque os pés sobre um apoio”, ensina o ortopedista Moisés Cohen, diretor do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte, em São Paulo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cinco passos para curar lesões - Parte 1

Quem se exercita regularmente às vezes tem de lidar com contusões, entorses e suas repercussões aflitivas. Saiba como tratar esse tipo de chateação

Tropeçou, bateu, machucou. As lesões esportivas não são exclusividade de atletas profissionais. Qualquer indivíduo que mexa o corpo com certa regularidade está mais sujeito a torções ou estiramentos musculares. Basta forçar o corpo além da conta ou executar alguns movimentos errados durante o treino. Quando esse tipo de acidente ocorre, os cuidados iniciais são imprescindíveis para evitar que um probleminha evolua para um problemão, comprometendo inclusive a própria prática esportiva.

Foi pensando nisso que especialistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, elaboraram uma recomendação com cinco passos básicos para tratar esse tipo de lesão na chamada fase aguda, ou seja, nas primeiras 48 horas. O protocolo foi batizado de PRICE, sigla em inglês que, numa tradução livre, resume as estratégias para dar fim às dores: proteger a área, esfriar, comprimir, repousar e elevar o membro dolorido. O melhor é que elas podem ser facilmente realizadas em casa. A gente mostra como nas páginas desta reportagem. No entanto, se mesmo com o tratamento imediato o incômodo persistir, o mais recomendável é que você busque o auxílio de um médico ou fisioterapeuta capaz de avaliar o grau da lesão.

O tipo e a intensidade das lesões vão depender do preparo do indivíduo e também da modalidade de exercício físico que ele pratica. A contusão é a mais simples das encrencas. Por ela ser decorrente de choques, os praticantes de esportes de contato estão mais sujeitos a sofrê-la. Seus graus — leve, moderada ou grave — estão ligados à topada. Já as entorses acontecem quando o movimento em uma articulação excede os limites do corpo. Em casos mais graves pode ocorrer o deslocamento articular, o que ocasiona rompimento dos ligamentos ou tendões. Joelhos e tornozelos são os alvos prediletos.

A distensão muscular, também chamada de estiramento, geralmente é causada por um esforço físico muito grande que leva à ruptura de fibras musculares. Ela é bastante comum em jogadores de futebol, vôlei e em corredores. A tendinite, por outro lado, é uma resposta inflamatória a um pequeno trauma em um tendão. Esportistas que forçam os músculos pulando ou chutando costumam apresentá-la com frequência. Por fim, existem as populares cãibras, que não são necessariamente lesões. Na verdade, trata-se de uma espécie de sinalizador de que algo vai mal. A cãibra surge devido ao acúmulo de ácido lático, substância produzida pela contração dos músculos. Acusa, a bem dizer, um quadro de fadiga muscular.

Toda essa novela dolorida pode ser prevenida sem que uma lágrima sequer seja derramada. Basta que você tenha um bom preparo físico e mantenha uma rotina semanal de treinos, intercalando musculação e atividades aeróbicas como corrida e caminhada. Dessa forma, os músculos, acostumados a cargas cada vez mais pesadas, conseguem eliminar o ácido lático rapidinho. “Se o exercício não é praticado com frequência, o corpo demora mais tempo para eliminar essa substância, o que aumenta a fadiga muscular e contribui para a ocorrência de lesões”, explica o ortopedista Júlio César Carvalho Nardelli, que é especialista em medicina do esporte no Hospital das Clínicas de São Paulo. Preparo, no entanto, é o que costuma faltar aos chamados atletas de fim de semana. “É por isso que eles geralmente correm mais risco de se lesionar”, sentencia Neiva.

Alongar e aquecer são verbos que necessitam ser conjugados por qualquer esportista que se preze. O estica e puxa, geralmente preconizado antes e depois da suadeira, prepara a musculatura para uma atividade intensa. “Ao estender os músculos, aumentam-se a flexibilidade e o trabalho muscular, o que fortalece as articulações”, explica o professor de educação física César Patt, de São Paulo. No fundo, no fundo, é preciso respeitar os limites do corpo e dar um tempo nos exercícios diante de qualquer contratempo doloroso.

Fonte: Revista Saúde por Clara Cirino e  foto Gustavo Arrais

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O que se aprende com a Educação Física - Parte 2

Conheça melhor algumas competências que crianças e jovens podem desenvolver com a Educação Física:

1) Desenvolver habilidades cognitivas

Várias habilidades como raciocinar, planejar, exercitar a memória, compreender situações, linguagens e estratégias e resolver problemas precisam ser desenvolvidas. A melhor fase para trabalhar essas capacidades do aprendizado (cognitivas) é na infância. Embora as habilidades motoras sejam o aspecto aparente mais trabalhado, é possível estimular o raciocínio por meio das atividades. "A brincadeira também produz conhecimento, é onde a criança aprende com prazer sem saber que está aprendendo", explica Cynthia Tibeau, mestre em Educação Física pela USP e Doutoranda em Psicologia da Educação pela PUC. Em brincadeiras de arremesso com bola, por exemplo, pode se exercitar a precisão de movimentos e a memorização.

2) Respeitar o corpo

Uma boa aula de Educação Física deve mostrar, antes de mais nada, a importância de se ter um corpo saudável, com habilidade para executar movimentos. Ela deve mostrar também como os exercícios físicos, praticados de forma correta, sem exageros, podem ajudar nesta empreitada. Na fase da adolescência essa conscientização deve ser ainda mais trabalhada. Deve ficar claro que a malhação não pode ter como única finalidade a estética. "O aluno do Ensino Médio não tem paciência para a Educação Física. Ele busca outras coisas como ficar sarado. Nem todo professor de academia está preparado pra orientar corretamente os exercícios. E às vezes chega a recomendar certos 'suplementos' perigosos", diz Cynthia Tibeau, mestre em Educação Física pela USP e Doutoranda em Psicologia da Educação pela PUC.

3) Aumentar a autoestima

Do ponto de vista físico, o exercício libera hormônios que causam bem-estar. Do psicológico, aumenta a confiança e diminui a timidez. A professora Meico Fugita, doutora em aprendizagem motora, trabalhou durante 16 anos na EMEF Luiz Gonzaga do Nascimento Junior, uma escola na comunidade de Heliópolis e testemunhou alguns casos de superação pelo esporte. Um garoto que aos 15 anos ainda não sabia ler, com péssimo desempenho escolar, encontrou no atletismo um meio de recuperar sua autoestima. Como? "Quando ele se deu conta de que com esforço e trabalho diário poderia evoluir no esporte ganhou mais confiança no resto da vida", conta a professora. O esporte surgiu na vida do garoto como uma nova possibilidade, mas mesmo não se tornando um atleta, a nova perspectiva foi positiva. "Com esse aumento da autoestima ele ficou mais responsável na escola e mudou seu comportamento", contou Meico.

4) Trabalhar o equilíbrio emocional

Ganhar, perder, errar, jogar com a incerteza... são situações comuns na vida. A boa Educação Física deve desenvolver o controle psicológico dos alunos sob a adversidade. "A pessoa precisa aprender a lidar com o sucesso e o fracasso". A dica é da psicóloga esportiva Regina Brandão, especialista em preparar equipes vencedoras. Grande parte do sucesso da seleção brasileira campeã do mundo em 2002 se deve ao trabalho de Regina. A psicóloga ajudou o técnico Luís Filipe Scolari, o "Felipão", na preparação emocional dos atletas. O mesmo tipo de trabalho pode - e deve - ser feito nas aulas de Educação Física. Afinal de contas, não é só no esporte que precisamos ter controle. Mas como isso pode ser trabalhado nas aulas? "É preciso criar situações em que os alunos tenham de lidar com a frustração. Terminar um jogo assim que uma equipe faz um ponto a mais, e até montar times mais fortes que o outro, propositalmente", diz Verena Pedrinelli, Doutoranda em Educação Física e Diretora de Esportes da Special Olympics.

5) Reconhecer o outro e saber compartilhar

Uma das primeiras coisas que se aprende na escola é a lidar com a existência do outro - o colega, o professor, o funcionário. Aquele outro ser que não satisfaz os desejos prontamente. Esse reconhecimento não é fácil pois, nos primeiros anos do ensino infantil e fundamental, as crianças ainda passam por um período conhecido como egocentrismo infantil. "Quando nascemos somos cercados de cuidados por nossos pais. Não é de se estranhar que as crianças pensem que são o centro do mundo", explica Cynthia Tibeau, mestre em Educação Física pela USP e Doutoranda em Psicologia da Educação pela PUC.

"Nessa fase é importante mostrar para criança a importância de compartilhar as coisas", diz Alcir Ferrer, treinador de basquete do clube Paulistano, em São Paulo. Isso costuma ser feito por meio de atividades recreativas, seguidas de um bate-papo. Um exemplo, utilizado por Alcir, é o "pega-pega corrente". Na brincadeira, quem é capturado pelo pegador dá a mão para ele e passa a pegar os outros junto. Cada um que é pego aumenta a corrente. À medida que o cordão aumenta, a bagunça começa. Quanto maior a corrente, mais desordenada ela fica. "No fim do exercício, eu mostro para eles que a corrente não deu certo porque cada um queria ir para um lado. Com esse exemplo prático fica mais fácil de entender a importância do trabalho coletivo", diz o Professor de Educação Física.

6) Trabalhar em grupo

O ser humano é o animal que mais depende de seu semelhante pra sobreviver. Justamente por isso, precisa estar apto a trabalhar em equipe. Tanto no futebol quanto na vida é preciso aprender a dividir as tarefas e as responsabilidades. Quanto maior a comunicação do grupo, melhor o resultado. Na EMEF Luiz Gonzaga do Nascimento Junior, na comunidade de Heliópolis, em São Paulo, o trabalho da professora Meico Fugita conseguiu aproximar meninos e meninas em torno do futebol. Normalmente, garotos torcem o nariz quando são forçados a jogar bola com meninas. Na escola, foi diferente. "As meninas estão começando a gostar de futebol, mas têm medo de certos lances como cabecear e matar no peito. Propus aos garotos que ensinassem as meninas a jogar. O resultado foi muito bom", diz Meico Fugita.

7) Desenvolver a autonomia

Tomar decisões, se impor, fazer escolhas, ou seja, saber se virar é indispensável na vida de qualquer pessoa. Por meio da Educação Física é possível envolver os alunos em várias situações que desenvolvem essa competência. "Num jogo de basquete, ou de qualquer outro esporte, o jogador precisa raciocinar rápido para pensar a melhor jogada a ser feita", diz Alcir Ferrer, professor de Educação Física e técnico de basquete do Paulistano, clube de São Paulo.

A autonomia promovida pela Educação Física também pode servir para melhorar o convívio social de deficientes intelectuais. Verena Pedrinelli é mestre em Educação Física e atuou como Diretora de Esportes da Special Olympics, uma instituição esportiva de apoio a deficientes intelectuais. Seu trabalho é voltado para desenvolver autonomia nessas pessoas com inteligência abaixo da média, que têm dificuldades comunicativas, de cuidados pessoais e outras aptidões sociais. Por meio de atividades desafiadoras, que passam do simples ao complexo, Verena estimula seus alunos a agirem por conta própria e serem mais pró-ativos. "Deficientes intelectuais precisam ter opção de escolha e de tomada de decisão, assim como qualquer pessoa". diz Verena.

8) Estimular a criatividade
 
"O que move o mundo é a criatividade. Se não formos criativos não evoluímos", defende Cynthia Tibeau, mestre em Educação Física pela USP e Doutoranda em Psicologia da Educação pela PUC, especialista em criatividade. Cynthia defende que quanto mais desafiado for o jovem, melhor preparado ele será. "A criança que elabora diferentes formas de fazer uma tarefa tem mais repertório pra enfrentar situações adversas". Para a professora, é muito importante trabalhar movimentos criativos na Educação Física desde o ensino infantil. "Nos primeiros anos do ensino fundamental é necessário trabalhar a diversidade do movimento. Quanto mais você estimular a criança mais ela vai te surpreender", explica. É importante destacar que estimular a criatividade corporal, embora trabalhe em certo grau o raciocínio, não desenvolve todas as áreas da criatividade. "Uma pessoa criativa com o corpo não necessariamente é uma escritora criativa. A criatividade deve ser estimulada em todas as áreas", diz Cynthia.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O que se aprende com a Educação Física - Parte 1

Educação Física não é só recreação e jogo de bola. Conheça as lições que é possível tirar da disciplina

Além dos benefícios físicos da prática esportiva, a Educação Física pode desenvolver competências e habilidades sociais

Pelé, Romário, Ronaldo, Zico, Hortência, Oscar, César Cielo, Bernardinho, Marta, Guga... Quem não sonha em ser um atleta peso-pesado? Ou em ter um campeão desses na família? Mas não é apenas de medalhas de ouro e prata que o esporte é feito. Pesquisas mostram que apenas 0,26% da população tem aptidão para se tornar esportista de renome. Mas nem por isso a Educação Física deve ficar de escanteio. As aulas aplicadas na vida escolar das crianças e jovens brasileiros podem não fazer ídolos esportivos, mas desenvolvem muitas habilidades importantes.

Desde o Ensino Infantil até o fim do Ensino Médio as aulas de Educação Física fazem parte do cotidiano dos alunos das escolas públicas e privadas do Brasil. Para a maioria das pessoas, o tal senso comum, a finalidade única da disciplina é fazer exercícios e ensinar regras de diferentes modalidades de esportes. Mas é muito mais do que isso. Além dos benefícios físicos da prática esportiva, a Educação Física pode desenvolver competências e habilidades sociais, psicológicas, motoras e cognitivas!

Na Escola da Vila, em São Paulo, por exemplo, faz parte do plano pedagógico de Educação Física transmitir por meio das atividades valores éticos. "Nosso trabalho é voltado para práticas que, além de melhorar funções metabólicas, e de conscientizar os alunos da importância do cuidado com o corpo, procuram desenvolver um senso de coletividade buscando uma convivência solidária e positiva", diz Washington Nunes, Coordenador de Esportes.

Essa concepção do ensino de Educação Física parte de um conceito que entende o ser humano como um animal estruturado por corpo, razão e emoção. Em consonância com essa filosofia, a UNESCO – organização de cultura, Educação e ciência das Nações Unidas – estabeleceu quatro pilares que devem fundamentar a Educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. "Uma boa Educação deve ensinar o aluno a aprender, a agir e a se relacionar. Precisa englobar esses 4 pilares da UNESCO. E isso vale para qualquer disciplina, inclusive a Educação Física", diz Alcir Ferrer, professor de Educação Física e treinador de basquete juvenil do Club Athletico Paulistano, de São Paulo.

Fonte: Educar Para Crescer - Camilo Rodrigues

domingo, 16 de maio de 2010

Aulas de Circo na Escola

De forma lúdica e divertida, De forma lúdica e divertida, as aulas circenses contribuem para o desenvolvimento dos músculos e do cérebro e ajudam até mesmo a melhorar as notas da criançada.

Ainda na barriga da mãe, elas já dão piruetas. Logo que nascem, são colocadas de cabeça para baixo. E, ao ensaiar os primeiros passos, tropeços e quedas não impedem que se levantem e tentem outra vez. Crianças são, por natureza, aventureiras. Precisam de espaço. Querem correr, tocar, falar, pular. Afinal, através das lentes da ingenuidade e do encantamento, a vida é diversão pura.

O resgate das aulas de circo, nos últimos anos, vem ao encontro dessa busca pueril pelo novo, pelas descobertas. Ironicamente, elas foram recuperadas por adultos, que encontraram na prática circense uma maneira descontraída e menos repetitiva de manter a forma e fortalecer os músculos. Agora, é a vez das escolas se darem conta de que a mistura entre magia e exercícios contribui para o desenvolvimento físico e mental dos pequenos. Está certo que outros esportes proporcionam os mesmos benefícios. Mas, você há de concordar, talvez não com a mesma graça.

BRINCAR É COISA SÉRIA “Em idade pré-escolar, o ideal é uma atividade lúdica e sem competitividade”, recomenda o ortopedista pediátrico Edilson Forlin, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. No circo é assim: todo mundo brinca junto e não há vencedores. “Não se trata de um esporte de rendimento. O mais importante é o processo, e não o resultado”, avalia Gilberto Caetano, coordenador das aulas de circo no programa Clube Escola, da Prefeitura de São Paulo.


Andar de monociclo, fazer malabarismo, equilibrar-se no trapézio e até uma simples cambalhota despertam a criatividade, ativam o cérebro, aumentam a consciência corporal e desenvolvem o reflexo, a coordenação, a lateralidade e o ritmo. “Além disso, como existe o desafio da superação, o circo melhora a autoestima e a confiança em si e nos outros”, diz Caetano. Sob a tenda colorida existe ainda um forte aspecto social. Cada um faz a sua parte. Alguns sustentam e seguram, outros voam e se equilibram, e todos esperam a sua vez.

A paulista Lara Herrera Teixeira tem 4 anos e faz circo desde o começo de 2009. “Queríamos que os dias em que ela sai da escolinha mais tarde fossem agradáveis”, conta a mãe, a obstetra Sílvia Herrera. “E hoje ela ama ficar lá.” Prova disso são as gargalhadas da menina ao contar o que faz. “A gente sobe em um castelo, se pendura e depois se joga num colchão bem molinho”, diz. “É muito divertido”, afirma a garota, que não disfarça o orgulho por conseguir executar a cambalhota de costas.


Ela nem desconfia que, no trapézio ou no chão, está adquirindo noções de tempo, espaço e velocidade — conceitos que, mais tarde, serão valiosos para as aulas de física. Segundo a pedagoga Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é possível ainda abordar conteúdos de outras disciplinas. “Em uma conversa sobre o Cirque du Soleil, dá para falar sobre história e geografia”, exemplifica.


No entanto, mais que preparar as crianças para enfrentar determinadas matérias no futuro, as aulas circenses melhoram o desempenho escolar no presente. Quando o paulista Gustavo da Silva Soares Cardoso, de 13 anos, parou de frequentar o circo, sua mãe logo pediu que ele voltasse. É que o ânimo do garoto sentiu falta dos exercícios sob a tenda. “Se não vou às aulas de circo, acordo quase na hora de ir para o colégio, chego lá cansado e não presto atenção”, conta. A prática o deixa mais disposto, e o bem-estar se converte em notas melhores no boletim.

A magia do circo contribui para algo que passa longe do pensamento das crianças: manter a forma. As aulas estimulam o chamado acervo muscular. Em outras palavras, quanto mais diversificado é o histórico de exercícios de uma pessoa, mais fácil será retornar à boa forma lá na frente. Essa, digamos, memória esportiva facilita inclusive a prática de outras atividades — seja na quadra, seja em uma pista de dança. No circo, todos os grupos musculares são trabalhados, muitas vezes, ao mesmo tempo. O malabarismo, por exemplo, exige que os joelhos estejam flexionados, o abdômen fique contraído e os braços, em constante movimento.


“Há um fator psicológico envolvido na atividade física”, acrescenta o ortopedista pediátrico Edilson Forlin. “As crianças têm um metabolismo muito acelerado e precisam gastar energia para conquistar, também, equilíbrio mental”, explica. Tanto suor melhora a concentração, deixa a postura ereta e pode compensar, até certo ponto, aquela alimentação mais calórica do fim de semana.

QUEM NÃO DEVE PRATICAR

É importante ficar alerta às contraindicações. “Crianças com frouxidão dos ligamentos demoram para sentir dores, o que leva a alguns exageros”, avisa Aline Essu, educadora física e coordenadora da Academia Brasileira de Circo. Quem tem labirintite também precisa avaliar bem se vale a pena encarar as acrobacias.

Segundo os profissionais da área, o circo só não é muito recomendado para menores de 4 anos. O melhor, nesse caso, seria se envolver em atividades que exigem menos força e concentração. De qualquer maneira, a pequena Lara se diverte com os amigos e está cada vez mais à vontade. “Ela é menina, filha única, protegida demais. É bom que conviva com outras crianças”, acredita a mãe. Nesse picadeiro cheio de diversão e aprendizado, brincar não é apenas fruto da imaginação.

Fonte: Revista Saúde por Camila Carvas e foto Sílvia Zamboni 

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