sexta-feira, 21 de maio de 2010
Cinco Passos Para Curar Lesões - Parte 2
1 - Bendita gelada
A aplicação de gelo é uma das etapas mais importantes no tratamento das lesões. Quando um tecido é machucado, ocorre derramamento de sangue e linfa, os responsáveis pelo inchaço e pela inflamação. O gelo tem dupla ação: é um poderoso anti-inflamatório e analgésico. Ao diminuir a temperatura durante a fase aguda da lesão, os vasos sanguíneos se contraem, reduzindo a quantidade de sangue no local. Isso também não deixa o inchaço piorar. Outro benefício dessa fria é minorar a dor. Em bom português, o gelo torna mais lenta a condução do impulso nervoso, o repórter encarregado de levar a notícia dolorosa ao cérebro. É por essa razão que aplicações gélidas promovem aquela sensação de conforto. Na hora de se valer dessa estratégia friorenta, use bolsas térmicas ou toalhas para evitar o contato direto do gelo com a pele, que pode sair dessa literalmente queimada. A aplicação deve ser feita logo após o choque e se estender pelas 48 horas seguintes. “Sempre respeitando o tempo máximo de 20 minutos, a cada quatro horas”, diz o fisioterapeuta Marco Túlio Saldanha dos Anjos, presidente do Conselho Nacional de Fisioterapia do Esporte.
2 - Compressão de resultado
Essa etapa do programa pode ser levada a cabo em paralelo às outras quatro. Assim como o gelo, a compressão ajuda a contrair os vasos sanguíneos, contribuindo para reduzir o inchaço e cicatrizar o tecido lesado. Faixa elástica é de praxe durante esse procedimento. Ela deve ser disposta a partir da periferia da área dolorida em direção ao centro. Assim, se você torceu o tornozelo, por exemplo, o curativo deve começar na região da planta do pé e seguir em direção à canela, passando pelo epicentro da dor. “O esportista só precisa ficar atento para não apertar demais a atadura, porque isso pode prejudicar a circulação local”, alerta Nardelli.
3 - Repousar é preciso
A ideia de ficar totalmente imóvel devido a uma torção, uma pancada ou um desconforto muscular hoje é praticamente inaceitável, salvo raras exceções. O que agora se prega é que o repouso deve ser feito de acordo com a necessidade do indivíduo. “Os movimentos sempre devem respeitar os sinais do corpo”, diz Júlio César Nardelli, ortopedista do Hospital das Clínicas paulistano. Se a lesão incomodar ou doer, o certo é que a pessoa suspenda a atividade. Durante essa pausa, a região lesionada não pode ser sobrecarregada. “O descanso e o afastamento das atividades de impacto são importantes inclusive para curar as microlesões que acontecem durante qualquer exercício físico”, completa Nardelli.
4 - Muita proteção
Eis uma medida que deve acompanhar todo o tratamento e está diretamente ligada ao repouso. Nesse momento, valem aqueles cuidados básicos diante de qualquer machucado. “Você deve evitar colocar peso na área problemática. E, em alguns casos, precisa recorrer a muletas, tipoia e imobilizadores”, diz o educador físico Cassiano Merussi Neiva, da Universidade Estadual Paulista, em Bauru, no interior paulista. “A proteção também pode ser feita a fim de evitar novas lesões.” Esse conselho é endereçado sobretudo a quem começa a praticar uma atividade física ou não treina com frequência. Nesse time, a musculatura, uma espécie de para-choque contra topadas e afins, não está totalmente desenvolvida. Daí, as regiões mais propensas a lesões ficam vulneráveis. No caso do futebol, por exemplo, o correto seria apelar para faixas e caneleiras para proteger o tornozelo e a canela.
5 - Elevação
A gravidade ajuda a drenar os líquidos que se acumulam durante todo o processo pós-pancada, o que contribui para a diminuição do inchaço, da inflamação e da dor. É importante que se eleve a parte do corpo lesionada acima do coração para facilitar a circulação do sangue naquele ponto. “Se a perna estiver machucada, por exemplo, deite-se e coloque os pés sobre um apoio”, ensina o ortopedista Moisés Cohen, diretor do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte, em São Paulo.
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